O revestimento cerâmico protege e dá acabamento a paredes e fachadas. Apesar disso, por menor que seja, pode passar por patologias ao longo do tempo, como desplacamentos ou até fissuração. O surgimento de fissuras pode indicar alguns problemas no projeto e execução desse revestimento. Vamos entender melhor?
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[Fissura e desplacamento linear – Imagem: João Paulo Maciel de Abreu] |
O SUBSTRATO (BASE) DA CERÂMICA
Abaixo da cerâmica existem diversos materiais. Em nosso país, várias construções são produzidas com estrutura de concreto armado moldado no local e fechamento das paredes com alvenaria em tijolos cerâmicos.
Esses dois materiais distintos são parte do substrato ou base da cerâmica, ou seja, no que ela estará colada e devidamente fixada após assentamento com argamassa colante. A outra parte do substrato é o revestimento de argamassa, composto por chapisco, emboço e eventual reboco.
Esse revestimento de argamassa passa por cima dos dois substratos diferentes. Para compatibilizar as deformações, precisa de telas de reforço durante sua execução.
A movimentação do substrato interfere na cerâmica. Não é possível eliminar a diferença de comportamento dos materiais, mas amenizar seus efeitos.
MANUTENÇÃO
Mesmo para revestimentos com todos os cuidados para amenizar problemas, também é necessária a manutenção. Todos os tipos de revestimentos de pisos e paredes de casas e prédios necessitam de procedimentos de manutenção ao longo do tempo para que seja evitada a depreciação ou mesmo patologias de construção.
Com profissionais adequados e experientes em patologia de construções, cada administrador predial (comissão de obras, síndicos, proprietários de empresas ou de residências) podem fazer procedimentos corretos e garantirem construções funcionais e saudáveis. Esses profissionais levarão em conta as normas técnicas nacionais, como a de manutenção, reforma e garantias de construção, ou outras que sejam necessárias.
JUNTAS DE TRABALHO
No exemplo da nossa figura, a fissuração é linear e passa a interface entre uma viga de cinta e uma platibanda. Seu posicionamento se alia à falta de uma junta de trabalho adequada, que não pode ser observada nesse caso, mesmo que em pontos diferentes (executada em outro lugar) na parte de cerâmica clara. Na torre principal, existem juntas de trabalho.
A junta de trabalho é uma segmentação do revestimento cerâmico em planos menores, permitindo que se movimentem. Essa junta é preenchida com um material deformável (conhecido como delimitador ou tarucel) e após selada (impermeabilizada) com um selante de poliuretano. Não deve ser confundida com a junta entre cerâmicas, que é preenchida com rejuntes cimentícios.
POR FIM
Vimos vários detalhes de construção sobre cerâmica. O problema visto na foto poderia ser resolvido. Não, você não tem a obrigação de saber disso tudo, mas um profissional pode ajudar a encontrar as melhores soluções e evitar esse tipo de problema!
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